Uma despedida de solteiro...

Como prometido ao mais recente pai (petáculo) aqui fica, em jeito de prenda, um relato que ele próprio já me tinha pedido há algum tempo: o da despedida de solteiro do nosso amigo Daniel!

O acontecimento já teve lugar há um par de anos ou mais e por isso peço desde já desculpas por possiveis omissões ou ligeiros afastamentos da realidade! (bem, a realidade esteve pouco presente nessa noite, como vão poder constatar).

Início: tardinha posta (sexta ou sábado, suponho) e arrancam de Coimbra em direcção à Ranha três jovens incautos - Julião, amigo Requejo e eu próprio (mais tarde juntou-se o amigo Beto).
O ponto de encontro era à porta de um cafézito da região, onde se encontrava já o autocarro e motorista que nos iriam transportar noite fora. Estavam também já alguns dos restantes amigos do noivo. Rapidamente começaram a chegar grades de minis e garrafas de todo o tipo de bebidas hepático-nocivas. Ainda antes de entrarmos no transporte já era possivel ver cenas como pessoas de joelhoe e a beber wishky como quem bebe água de um chafariz...

Cedo nos apercebemos que o pessoal da Ranha não estava ali para brincar ás despedidas de solteiros. Tratava-se de uma coisa séria e que implicava todo um ritual de beber como um camelo antes de atravessar o sahara e de agressões mútuas. O top era alguém dizer "alongamentos!" e começar a fazer os ditos atrás de outro amigo, como quem simula o coito anal...mas sem grandes contactos. Por enquanto achavamos piada...

Quando a trupe já estava toda reunida, lá entramos no autocarro para irmos para o restaurante. Naturalmente ficámos um pouco afastados (eramos os estrangeiros). O grosso das gentes ficaram na parte dianteira, onde, entre outras actividades similares, prosseguiam os alongamentos. O problema é que as bebidas vieram também...e á medida que iam desaparecendo ia aumentando a violência. Já se viam pelo menos 2 ou 3 individuos em tronco nu e o inevitável aconteceu: esses 2 ou 3 passaram à acção e os "alongamentos" deixaram de ter qualquer semelhança com alongamentos para parecerem sexo consentido ou violações (dependendo da cooperação do "passivo"). [Nota: simulações! calças nunca foram tiradas nem breguilhas abertas!]

E assim iam caindo como tordos, um a um. Lembro-me que entre o eu pensar "Será que estamos seguros?" e o primeiro "Agora eles, lá atrás!!" foram poucos segundos. Tentar demover os agressores de nada serviu. Agarrei-me como pude (bem sentado!) ao banco da frente mas não foi suficiente... Lembro-me, por exemplo, de os meus pés tocarem no tecto da viatura, de muita galhofa e alegria e "Whaaaa!" "Toma, toma!", enquanto tudo girava.
Todos sofremos o mesmo tratamento e posso dizer que resistimos os 4 valentemente! Mas era inútil - aquilo é gente de força. No fim vimos a camisola do Requejo com marcas de sangue e tememos o pior... mas afinal tinha sido só uma arranhadela mais profunda no pescoço.

Quando chegamos ao restaurante já o noivo se encontrava num estado avançado de decomposição interna mas ainda se conseguia movimentar. A entrada no restaurante foi triunfal, com bocas para todos os gostos (bem, todos não...) a uma mesa com bastantes fêmeas. Mal o noivo chegou ao seu lugar, achou por bem fazer uma limpeza estomacal, seguida de uma sesta num banco exterior, á porta do restaurante. Do resto da refeição não tenho nenhuma recordação especial, pelo que deve ter decorrido mais ou menos na "normalidade".

A partir deste momento o irmão do noivo tomou as rédeas da noite e decidiu que a paragem seguinte seria num antro miserável (sim, desses...). Indescritível! Pior: fomos todos para o antro e o noivo ficou a dormir no autocarro! Do antro em si lembro-me, por exemplo, de um dos convidados (acho que era o vialador-mor) a dançar no poste até ser avisado através do sistema de som para parar com a brincadeira. Conclusão, bebemos um fino e fomos embora. O irmão do noivo já tinha decidido o novo destino: Lisboa! (recordo que estamos algures entre Pombal e Leiria).

"- Mas Lisboa, onde?
- Lisboa!!
- Ok..."

A viagem foi bastante mais calma que a primeira e muitos aproveitaram para recuperar uma horita de sono. Lembro-me de acordar já a chegar a Lisboa, e de entrar em Lisboa, e de ver tudo a passar...tudo... até chegarmos ao CCB/Padrão dos Descobrimentos. "Encoste aí um bocadito que vamos mandar uma mijinha e fumar um cigarro!" E assim foi, ainda se discutiu um pouco sobre onde iriamos mas ninguém tinha a menor ideia e então, mais uma vez, o irmão do noivo salvou a noite e teve uma ideia:

"- Vamos prá Kiay!
- Mas... isso é em Pombal...
- E então?
- Ok..."

Assim acabou a nossa visita a Lisboa. O noivo continuava a dormir no banco de trás do autocarro quando voltámos a entrar, de bexiga vazia, nicotina restabelecida e culturalmente mais ricos. Meia volta e aí vai disto!

Mesmo a chegar á portagem para entrar na A1 ouvimos um estoiro na parte de baixo do autocarro e, passados poucos metros, o condutor encostou a viatura. Foi ali, a uns 100 metros da portagem, que soubemos: "transmissão partida, temos de esperar que venha outro autocarro de substituição". Fomos para o exterior com umas minis e um rádiozito e a festa foi isso! Não tenho a certeza das horas mas penso que quando paramos eram, talvez, umas 2.30h ou 3h e o tal autocarro de substituição chegou já o dia nascia.

Chegamos a Pombal a tempo de tomar pequeno-almoço, entrar no carro do Requejo e arrancar rumo a casa. Á saida de Pombal o dono do veículo ainda achou por bem dar boleia a duas meninas que queriam ir para o Porto e aceitaram de bom grado a boleia parcial até Coimbra. Já durante a viagem viemos a saber que "tinham vindo ter com umas amigas e estiveram ali perto de Pombal numa putaria..."

E pronto, acho que foi +/- isto. Julião: se tiveres alguma coisa a acrescentar, força aí.
E, mais uma vez, parabéns pétáculo!

Abraços

15 comentários:

usiodady disse...

Eu gostei muito do relato, mas por consideração aos intervenientes... não vou tecer comentários!

Otero disse...

Cartas ao pai natal

Há algumas fantásticas!

Otero disse...

10018 visitas!! E ninguém diz nada!! Pfffffffft!

Parabéns a nós!! O feito será lembrado e modestamente comemorado esta 6ª feira!

Abraços

usiodady disse...

PARABÉNS A NÓS!!!

ehheheh

p.s.: isso quer dizer que a ressaca de sábado será humilde!!!

Abraços

usiodady disse...

e a visita n.º 10 000 veio de...

Chapel Hill, North Carolina - USA!

Mercilon disse...

Nem as 5000, nem aos 6969, nem aos 10000.
F#da-se para quando um jantar da irmandade???
Caro Julião organiza qq coisa ai pela terra dos Solares!

Mercilon disse...

Pois, quanto a relato 5 estrelas...

;)))

Pardal disse...

Esta despedida foi a 12 ou 13 de Setembro de 2003 e o casamento a 21!
Lembro-me, porque não pude ir,andava algures no meio de África...

Anónimo disse...

África?? Foste aos pinguins?? :D

Anónimo disse...

Sim, eu sei, estavas lá a trabalhar! E antes que apareça aí o João Paulo a dar-me na moina com a hidrodinâmica dos ditos bichos, foi só uma graçola ao estilo "Atum" d'O Gato Fedorento.
Cumps

tixa ® disse...

Devo confessar que o violador-mor, que dança no poste, foi o meu preferido. Esse rapaz deve ter uma vida interessante...
Qt ao relato, ou sou eu que tenho imaginação fértil, ou estava mesmo bom. Foi bem fácil visualizar a parte em que estarias a cravar as unhas na cadeira, como se da tentativa de te agarrares à vida se tratasse. E tudo por teres medo de uns alongamentos...
Qt ao noivo, terá ele bebido tanto para esquecer?! Ainda está casado?! lol
Sobre as meninas da boleia... o que tu queres sei eu...! ;)

Otero disse...

Obrigado pelo elogio ao relato. :)

O noivo continua casado e já tem herdeiro e tudo. Penso que tudo corre bem para os lados da Ranha!

As meninas... o que eu queria era chegar a casa depressa e ir dormir! :P

tixa ® disse...

Pois, essa de dormir... ;)

Anónimo disse...

Ora cá esta a prova que a Malta da Ranha não brinca em serviço!

Hugo Gaspar disse...

Atenção atenção!
O Irmão mais novo do noivo desta história vai ter a sua despedida de solteiro no próximo dia 15 e Setembro!
O violador-mor já anda a fazer preparação para nova sessão de alongamentos...
Fujam :)